O sucesso da "Galinha Pintadinha" pode estar nos olhos dos bebês

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Antigamente, acreditava-se que os recém-nascidos não tinham capacidade para enxergar o que se passava ao seu redor. No entanto, essa teoria se provou errada. Já no ventre materno, a criança começa o desenvolvimento da visão. Isto acontece por volta da sétima semana de gestação. Já nos primeiros dias de vida a criança vê tudo plano, mas, após a terceira semana, já levanta a mão num gesto de defesa quando um objeto se aproxima rapidamente em direção aos seus olhos.

É por este mesmo reflexo que os bebês têm motivos para não se distraírem com filmes movimentados: eles podem não conseguir identificar as imagens. Isso porque movimentos rápidos e mudanças de imagens em um curto espaço de tempo podem ser vistas como borrões por eles, de acordo com um novo estudo.

Embora os bebês consigam ver o movimento, eles não são capazes de identificar os elementos individuais dentro de uma cena, como um adulto pode. Isso porque os cérebros dos bebês desenvolvem gradualmente a capacidade de usar a informação visual. Eles demoram alguns meses até aprimorarem a visão, descobrindo o mundo que se revela ao redor deles.

O limite de velocidade em que os bebês podem reconhecer cada alteração de imagem é de cerca de meio segundo. Isso é cerca de 10 vezes mais lento do que a capacidade de visão dos adultos, que podem reconhecer mudanças rápidas e individuais que ocorrem de 50 a 70 milissegundos.

Pesquisadores determinaram o limite de velocidade que bebês podem captar visualmente a partir de um monitoramento do movimento dos olhos de um grupo de bebês com 6 a 15 meses de idade. Eles alternaram quadrados de diferentes cores e descobriram que crianças de 6 a 9 meses podem diferenciar quadros que se alteram no equivalente a uma piscada de olho de 2 segundos. Já os bebês de 15 meses podem identificar imagens que se alteram entre duas piscadas – oito vezes mais lento do que adultos que realizaram a experiência.

A pesquisa, que foi publicada recentemente na revista Psychological Science, sugere que um programa de TV ou filme em que as cenas são mais rápidas do que dois quadros por segundo são vistos como um borrão por crianças com menos de 15 meses. Filmes com 24 quadros por segundo, por exemplo, são rápidos demais para os bebês decifrarem.

Portanto, é mais fácil para a criança acompanhar um desenho bem colorido, com cenas suaves, músicas delicadas e personagens fofinhos. Tipo uma galinha de penas azuis, crista vermelhinha, perna amarelinha... pó, póóóó...


(Fonte: Live Science)