Lentes de contato: a nova onda da estética odontológica

  • Imprimir

Já apresentamos neste artigo a inversão da Lei de Talião em mais uma inusitada técnica criada pelos oftalmologistas. De “olho por olho, dente por dente”, temos “olho por dente e dente no olho”. Conhecida como Osteo Odonto Kerato Prosthesis (OKPP, na sigla em inglês), este complicado procedimento cirúrgico prevê a extração de um dente do paciente, a abertura de um buraco no dente e a inserção da lente no buraco.

Agora, a onda da estética odontológica são os laminados de porcelana: pequenas peças confeccionadas artesanalmente ou por meio de impressoras 3D, que custam entre 1 800 e 5 000 reais cada uma, dependendo do profissional. Elas têm de 0,2 a 0,5 milímetros de espessura e são colocadas sobre o esmalte com cola especial, dente por dente.

Trata-se de uma estrutura definitiva, que raramente cai, e requer uma manutenção simples, como a limpeza. As mais finas, que não precisam de desgaste dental antes da colocação, são chamadas de lentes de contato. As grossas ficaram conhecidas como facetas e precisam de brocas (o famigerado motorzinho) no processo.

Esse tratamento, é preciso dizer, nem sempre tem a ver com saúde bucal, como aconteceu com outras modas do gênero. Há cerca de meio século, a tendência entre alguns grupos era enfeitar a arcada: nos anos 60, com capas de ouro, e, nos 80, por meio dos grillz, revestimentos metálicos popularizados pelos rappers. Neste milênio, houve quem buscasse repetir com raspagem o vão entre os incisivos superiores da cantora Madonna e da modelo Georgia May, filha de Mick Jagger.

Quem decide usar lente de contato nos dentes deve se preparar para ter o rosto esquadrinhado. Calcula-se o espaçamento dos olhos, o tamanho do nariz, a cor da pele, e por aí vai. E quem se aventurar vale mesmo ficar atento aos exageros: nessa moda, quem ri por último nem sempre está rindo melhor.



(Fonte: Veja São Paulo)