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O poder da música, agora sobre a atividade cerebral

O Saúde Visual já apresentou aqui o EyeMusic, aparelho que transforma imagem em música, auxiliando a pessoa cega perceber com mais exatidão o ambiente à sua volta. Outro teste, realizado desta vez no Laboratório de Neurofisiologia Clínica do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (FMRP), também evidenciou o poder da música - mas sobre a atividade elétrica cerebral e também sobre o aumento do potencial da voz.

O trabalho foi realizado comparando nove cantores líricos a outras nove pessoas não cantoras e envolveu especialistas dos Setores de Neurologia (Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica) e de Otorrinolaringologia (Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia da Cabeça Pescoço) da FMRP e do Departamento de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia da USP de São Carlos (EESC).  

Os pesquisadores analisaram durante seis meses as reações do cérebro, as condições da laringe e o poder de acústica da voz dos dois grupos de pessoas, utilizando técnicas e equipamentos como eletroencefalograma (EEG), para o mapeamento cerebral, e um analisador acústico digital especialmente desenvolvido pelo professor José Carlos Pereira, da EESC. As análises das condições da laringe ficaram sob a responsabilidade do professor Marcos Grellet, da Otorrinolaringologia.

Enquanto cantavam, a análise do EEG dos cantores líricos mostrou ativação da região frontal esquerda. Segundo a pesquisadora Paula Viana, responsável pela parte neurológica do trabalho, esta área do cérebro está relacionada com processos de verbalização, atenção voluntária e emoções positivas, como alegria e prazer. Também foi observada a ativação da região temporal direita que é relacionada à cognição musical. Paula informa que estas atividades cerebrais não foram observadas nos cantores em condição de repouso.

Os cérebros dos cantores não foram ativados ao ouvir música clássica, mas somente quando interpretavam a música. Paula acredita que isso seja devido a um efeito de habituação dos cantores, que necessitam, portanto, de maior estímulo. Outro fato curioso observado nos exames dos cantores foi a correlação positiva entre o aumento do potencial de voz com a maior amplitude do ritmo alfa (atividade cerebral de área posterior do cérebro, relacionada com repouso e vigília).

No grupo de não cantores também foi observada ativação de região temporal direita, enquanto as pessoas ouviam música clássica, o que demonstra, na opinião dos pesquisadores, que a percepção musical também leva à modificação da atividade elétrica cerebral em não cantores, reforçando a hipótese de uma habilidade musical latente no cérebro humano.

Os resultados também mostraram forte ligação entre a musicalização e a linguagem . A pesquisadora comenta que foi observada ativação de áreas relacionadas à linguagem. Este fato sugere que a estimulação musical precoce possa levar a um melhor domínio da linguagem verbal. Ou seja, se a criança for estimulada desde cedo com a música, ela deve desenvolver partes do cérebro, inclusive em tamanho, mais do que outras, segundo a pesquisa.

Esta é a primeira vez que é feito um estudo simultâneo de mapeamento cerebral e de acústica da voz. "Os resultados mostram, por exemplo, uma correlação positiva entre maior atividade cerebral, no caso dos cantores, e o aumento do potencial da voz". O teste com os cantores foi realizado envolvendo a vogal A, cantada e falada. As pesquisas devem continuar utilizando outras vogais.

Estudos como este, ou como o que levou ao EyeMusic, têm demonstrado os efeitos do treinamento musical não só na habilidade verbal, mas também em outros domínios como matemática, raciocínio espacial, coordenação motora e sensibilidade e abrem caminhos para outras tantas pesquisas e descobertas valiosas para todos, inclusive os deficientes visuais.



(Fonte: Assessoria de Imprensa da FMRP)

 

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