A tragédia que marcou a cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, quando dezenas de pessoas perderam suas vidas quando a boate Kiss pegou fogo, despertou a necessidade de se controlar melhor as casas do gênero e a fiscalização aumentou em todo o país. Saúde Visual inclusive, respondeu sobre a ação da fumaça tóxica nos olhos. São reações naturais diante de acontecimentos assim. Para algumas pessoas, porém, enfrentar incêndios e suas consequências faz parte da própria rotina de trabalho: os bombeiros.
A capacidade de ver através das chamas é um desafio fundamental para o campo industrial e particularmente para a área de segurança. O desenvolvimento de novas tecnologias para detectar pessoas vivas através da fumaça e das chamas em situação de fogo é algo extremamente desejável, uma vez que pode salvar muitas vidas.
Em alguns países, como a Austrália, bombeiros já usam um sistema de infravermelho para encontrar pessoas nos prédios em chamas, mas a tecnologia atual não consegue distinguir entre o calor de uma pessoa ou de um objeto. Além disso, este sistema acaba ficando “cego” por causa das chamas, colocando ainda mais em risco os olhos do bombeiro.
Felizmente, uma equipe de pesquisadores do Instituto Italiano de Óptica desenvolveu um novo sistema de lentes em favor da holografia digital que produz imagens detalhadas em 3D na escuridão. Neste trabalho, a fácil detecção de pessoas que se deslocam num incêndio é conseguida através da fumaça e das chamas em forma holográfica.
O novo sistema pode reconhecer até cinco pessoas em uma sala, mesmo se elas estiverem em movimento. O pesquisador Pedro Ferraro, do Consiglio Nazionale delle Ricerche (CNR), na Itália, responsável pela equipe, afirmou, ainda, que esta nova tecnologia possui outras aplicações potenciais, como monitorar a respiração e a atividade cardíaca das pessoas. Além, claro, de dar maior proteção aos olhos dos bombeiros.
A tecnologia desenvolvida na Itália ainda não está pronta para ser usada, pois ainda precisa ser refinada para se tornar menor e mais portátil. Quando estiver pronta, porém, não apenas bombeiros como também a indústrias aeroespacial e biométrica poderão usá-la também, acreditam os pesquisadores.
(Fonte: Engadget Technology)