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Tetris, o jogo, pode ser mais eficiente para tratar ambliopia

No já longínquo ano de 1984, Alexey Pajitnov era engenheiros de informática no Centro de Computadores da Academia Russa de Ciências. Pajitnov conheceu um quebra-cabeças chamado de Pentaminó e decidiu criar uma versão virtual dele para seu computador pessoal. Ele removeu um dos blocos do jogo e nomeou com o prefixo quatro em grego: Tetris.

Ele percebeu o potencial do jogo por não conseguir parar de jogar antes mesmo de terminar o programa. O mesmo aconteceu com outros dois colegas de trabalho que ajudaram a finalizar o jogo. E também com todos os colegas do centro de computação, que haviam recebido cópias em disquetes gravados pelo próprio Pajitnov. Este, para não ser acusado de viciar os pesquisadores num passatempo eletrônico, destruiu todos os discos ao fim do expediente. Entretanto, o jogo continuou sendo distribuído, de maneira informal.

Daí em diante a história do jogo, um dos primeiros itens de exportação de sucesso da União Soviética e um dos primeiros a ser visto como um tipo de vício, foi parar nas barras dos tribunais por conta das brigas pelos direitos autorais envolvendo russos, húngaros e uma grande empresa na área do vídeo game.

Alheia a tudo isso, uma equipe médica da Universidade McGill, no Canadá, descobriu que o popular joguinho, que consiste em encaixar peças enquanto elas se movem pela tela, pode treinar os dois olhos a trabalhar em conjunto. Ou seja, o jogo Tetris seria uma forma curiosa de tratar a desordem ocular popularmente conhecida como “olho preguiçoso”, a ambliopia.

O estudo feito com 18 adultos mostrou que a iniciativa funcionou melhor do que o tradicional método de cobrir o olho “bom” para fazer com que o olho mais fraco trabalhe melhor. Agora, os pesquisadores querem testar se o método pode ajudar a tratar crianças com o mesmo problema.

O número estimado é de que uma em cada 50 crianças sofra de ambliopia, que ocorre quando um dos olhos não se desenvolve adequadamente e é frequentemente acompanhada por movimentos diferentes entre os dois olhos. Sem tratamento, a condição pode levar à cegueira no olho mais fraco, motivo pelo qual os médicos sugerem que os tratamentos comecem o mais rápido possível.

Normalmente, este tratamento consiste em cobrir o olho mais forte com um tapa-olho, que a criança deve usar durante a maior parte do dia e ao longo de meses. Se isso é frustrante e incômodo para um adulto, imagine para uma criança.

Robert Hess e seus colegas de Montreal decidiram investigar se era possível adotar uma abordagem diferente no tratamento da ambliopia, experimentando formas de fazer os dois olhos trabalharem juntos. Nove voluntários portadores da desordem usaram óculos protetores especiais durante uma hora por dia, ao longo de duas semanas, enquanto jogavam Tetris.

Os óculos especiais permitiam que um olho do voluntário enxergasse apenas as peças que caíam, enquanto o outro olho via só as peças que se acumulavam na base da tela do jogo. Um grupo de controle com outros nove voluntários usou óculos especiais similares, mas cobriu o olho forte com um tapa-olho e acompanhou o jogo com o olho vesgo. Depois de duas semanas, o grupo que usou os dois olhos sentiu mais melhorias em sua visão do que o grupo de controle. Mesmos estes voluntários do grupo de controle tiveram melhorias significativas na visão depois que jogaram Tetris com os dois olhos descobertos.

Para Hess, o método talvez sirva também com outros jogos. Segundo ele, o ato de forçar os dois olhos a cooperar entre si aumenta o nível de adaptação do cérebro e permite que o olho fraco reaprenda a ver. Como a pesquisa canadense e outros estudos prévios sugerem que a ambliopia é, na verdade, um problema de ambos os olhos, tapar o olho bom pode atrapalhar, em vez de ajudar o olho mais fraco.


(Fonte: G1)

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