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Não se irrite: a grama (e o Hulk) do vizinho é (realmente) mais verde

Quando se fala em ver cores diferentes, logo se pensa em daltonismo. Mas não é o caso, aqui.

Estamos falando de percepção das cores. Por exemplo: Todos sabem que o Hulk é verde. Correto? Mas quem garante que não estamos vendo o mesmo Hulk de forma diferente? É difícil saber se enxergamos o mesmo verde porque uma série de fatores está envolvido nesse processo. Isso pode explicar aquela máxima que diz que a 'grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa'.

Segundo a teoria de Young-Helmholtz, a retina possui três espécies de células sensíveis (cones), cada uma responsável pela percepção de uma dada região do espectro luminoso: o vermelho, o verde e o azul. Todas as cores que o olho humano pode perceber são combinações destas três cores primárias. Também há receptores para o branco e o preto, que não são tão sensíveis à luz.

Em geral, podemos enxergar uma grande variedade de cores, mas algumas pessoas enxergam apenas tons de cinza. Outras, ainda, podem apenas ver luz e escuridão. A cegueira absoluta das cores é quase desconhecida, ao contrário do daltonismo que é consequência da falha na percepção a determinada cor. O daltonismo mais comum é aquele em que à falha na percepção das cores vermelha ou verde ou ambas. Outro tipo é aquele em que há falha na percepção das cores amarela e azul, mas este é menos comum.

Assim, a cegueira para cor pode ser explicada como uma falha na sensibilidade perceptual para certas cores. Ela é determinada geneticamente, está relacionada ao sexo e ocorre com mais frequência em homens.

Para que possamos ver as mesmas cores que teríamos que ter o mesmo tipo de fotorreceptores (células da retina que recebem a luz), ou seja, ter a mesma capacidade genética de “enxergar cores”. Existem alguns testes que são feitos pelos oftalmologistas para verificar se as células da retina funcionam corretamente. Também existem testes genéticos para detectar problemas nos fotorreceptores também existem, mas estes ainda são realizados apenas para pesquisas.

Uma destas foi realizada pelo pesquisador de visão de cores Jay Neitz, da Universidade de Washington (EUA). Recentemente ele publicou um estudo no periódico Nature afirmando que as pessoas não veem as mesmas cores quando olham para objetos semelhantes. Nesta pesquisa, realizada com macacos, comprovou-se que apesar do consenso geral de que certas coisas são de certa cor, algumas pessoas podem perceber a cor vermelha como o azul de outra. Calma, vamos explicar isso direitinho.

Tudo começou quando cientistas também da Universidade de Washington usaram terapia genética para recuperar a visão de cores de macacos adultos incapazes de distinguir entre tons de vermelho e verde desde o nascimento (a espécie mais comum de daltonismo). Esta pesquisa foi destaque aqui em Saúde Visual. O que eles fizeram foi injetar um vírus nos olhos dos macacos, que lhes permitiam ver o vermelho, bem como o verde e o amarelo.

Quatro meses mais tarde, os animais finalmente podiam ver em quatro cores, pela primeira vez. Surpreendentemente, eles conseguiram dar sentido à nova informação, apesar de seus cérebros não serem geneticamente programados para responder a sinais vermelhos.

Esses resultados sugeriram que a mesma terapia poderia ter sucesso com humanos já que os macacos foram injetados com genes humanos, que, portanto, também poderiam ser injetados em nós. Este tratamento poderia curar o daltonismo, que atinge aproximadamente 10% dos homens e 1% das mulheres e, mais adiante, a terapia poderia funcionar também para restaurar a visão em milhões de pessoas que sofrem de degeneração macular relacionada à idade (DMRI), a causa mais comum de cegueira em idosos.

No entanto, o mais curioso dessa pesquisa veio depois: intrigados para saber o que os macacos estavam vendo, os cientistas resolveram testá-los para entender o que exatamente eles passaram a enxergar e a  conclusão foi surpreendente: os pesquisadores sugeriram que nossa percepção de cor é moldada pelo mundo exterior, mas não segue nenhum padrão pré-determinado. Isso significa que não há percepção pré-determinada atribuída a cada comprimento de onda.

Retomando a teoria de Young-Helmholtz que vimos acima, sabemos que os estímulos imediatos da percepção visual são os feixes luminosos que, depois de passarem pela pupila, incidem na retina, se convertem em sinais elétricos e são interpretados pelo cérebro.

A cor que vemos depende, então, de quanto é excitada cada espécie de cone. Quando olhamos para o Hulk, somente os cones das retinas sensíveis ao verde enviam mensagens para o cérebro, e assim por diante. Essa teoria tem sido debatida ao longo do tempo. Com o novo estudo de Neitz, cientistas agora acreditam que, embora os cérebros das pessoas tenham uma tendência a se comportar da mesma maneira, os neurônios não são configurados para responder a cor de uma forma padrão.

Ou seja, a discordância ocorre porque temos repertórios diferentes para cores, uma habilidade que pode ser desenvolvida ao longo da vida. É o caso dos indivíduos que possuem uma sensibilidade artística apurada e conseguem detectar mais tonalidades de cores. Normalmente, pintores e desenhistas possuem esse repertório de cores ampliado, fruto de muito treino. Especialistas creditam que se uma criança for estimulada desde cedo, o repertório de cores dela vai aumentando.

Mesmo assim, uma outra pesquisa demonstrou que diferentes percepções de cores não mudam a nossa resposta emocional aos mesmos tons. Por exemplo, as reações das pessoas a cor azul (ainda que a estejam vendo como vermelha) tende a ter um efeito calmante devido aos comprimentos de onda mais curtos de luz que atingem a retina. Já os comprimentos de onda mais longos, como do amarelo, do laranja ou do vermelho, podem tornar-nos mais alertas.

Quanto ao verde... bom, pelo menos o Bruce Banner sabe que é uma cor de gente muito irritada...


(Fonte: Daily Mail)

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