Dentre os procedimentos mais procurados no Sistema Único de Saúde (SUS) estão os transplantes, as cirurgias contra o câncer e a curetagem após o aborto. Mas existem outras cirurgias cujo acesso gratuito é garantido pelo governo. Entre elas, a de catarata e de miopia.
A catarata é uma doença que afeta principalmente os idosos e tem como característica fazer a visão embaçar aos poucos. Entre os sintomas mais comuns estão visão ruim à noite, olhos sensíveis à luz e visão escurecida, porque o cristalino, camada que envolve os olhos de todas as pessoas, começa a engrossar, dificultando a visão.
Em casos mais avançados, os olhos ficam na cor branco-azulada. O maior risco, no entanto, é a cegueira, que pode acontecer quando o tratamento não é realizado devidamente. Apesar de não existir uma prevenção para a catarata, os casos avançados podem fazer a cirurgia pelo SUS, que cobre todas as despesas do tratamento. O médico vai analisar e definir se a cirurgia será necessária ou não.
Em caso afirmativo, o procedimento não costuma durar mais do que meia hora. O médico usa um ultrassom para tirar a camada que dificulta a visão. Depois, ele coloca uma lente fixa no olho do paciente que vai ajudá-lo a enxergar após a cirurgia. Não é necessário ficar internado e a recuperação acontece em uma semana.
Como quanto mais grossa for camada que será retirada dos olhos, mais difícil se torna a cirurgia, é importante procurar o tratamento no SUS assim que se detectar os sinais da doença. E não existem restrições em relação à idade ou gravidade do caso.
O mesmo não acontece com a miopia. Neste caso, o procedimento cirúrgico não é recomendado para menores de 21 anos, mulheres grávidas ou amamentando e pessoas com doenças autoimunes, como a diabetes.
Fora estes casos específicos, a cirurgia que zera o grau da miopia pode ser feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Como essa doença dificilmente se estabiliza, quem sofre com a miopia precisa usar óculos ou lentes de contato durante toda a vida e, por isso, procuram pela cirurgia que não costuma durar mais do que 20 minutos. O médico pinga um anestésico líquido no olho do paciente e, com um aparelho muito preciso, corta uma pequena parte do globo ocular em forma de círculo, retirando esta parte para fazer a correção.
Em seguida, o médico utiliza um laser que corrige o desvio ocular que causa a miopia. A parte do globo é colocada de volta, e não é necessário levar nenhum ponto. É normal sentir um desconforto nos olhos nos dias seguintes, mas a recuperação costuma ser rápida: em um dia já dá para voltar a enxergar normalmente.
É importante lembrar que a cirurgia não é definitiva, ela apenas atrasa o processo da miopia. Isso quer dizer que a doença pode continuar a se desenvolver mesmo depois do procedimento médico.
De qualquer maneira, ao receber o diagnóstico de algumas destas doenças e precisar de cirurgia, tanto o médico do plano de saúde quanto um da rede pública podem encaminhar o pedido ao SUS. Para que essa solicitação seja aprovada, o caso deverá se encaixar nas regras de cada tipo de operação. Estando tudo nos conformes, o paciente entra em uma fila de espera e será encaminhado a um hospital público. E atenção: caso os hospitais da rede de uma determinada cidade não ofereçam a cirurgia necessária, é direito do cidadão que a prefeitura encaminhe o caso para a cidade mais próxima que fizer o procedimento recomendado.
(Fonte: Konkero)