No Brasil há cerca de 70 cães-guias que ajudam pessoas com deficiência visual ou com baixa visão a se locomoverem e se sentir incluídas socialmente. Mas, de acordo com Marcelo Panico, presidente do Instituto , entidade sem fins lucrativos criada para promover a inclusão social de pessoas com deficiência visual por meio do cão-guia, a demanda no país é de pelo menos 12 mil pessoas. O Instituto conta com mais de 3 mil deficientes visuais inscritos, aguardando um animal.
Em todo o Brasil existem cerca de 80 pessoas com deficiência visual que possuem um cão-guia. Quase todos os animais, ainda segundo o Instituto Íris, são de outros países, sobretudo dos Estados Unidos.
E estas pessoas estão enfrentando uma situação deveras preocupante: o envelhecimento dos animais e a consequente necessidade de aposentá-los. Isso significa que eles terão de enfrentar longas filas de espera para ter um novo "orientador".
Apesar das tentativas de formação de animais no Brasil, todas esbarram na falta de boas linhagens e de treinamentos corretos. Um projeto do Sesi-SP criado em 2012 para entregar 32 cães-guias, por exemplo, enfrentou problemas na formação.
Com a ajuda de instituições nacionais e internacionais, grupos de cegos trouxeram seus cães de fora quase ao mesmo tempo e, agora, esbarram no problema do envelhecimento dos cães que devem trabalhar por, no máximo, oito anos.
O Instituto Íris arrecada fundos para levar pessoas aos EUA para que consigam cães, mas o processo é demorado. A fila de espera tem 4.000 inscritos e o treinamento de um cão no exterior custa R$ 40 mil.
O Instituto Iris é parceiro do Projeto Cão Guia Brasil que, além de treinar os cães, realiza palestras e workshops de preparação da sociedade para receber e integrar o deficiente e seu cão-guia. Atualmente, 21 cães estão sendo treinados como resultado de uma parceria que reúne, também, o Sesi-SP. Os cães treinados conseguem desviar os cegos de obstáculos, atravessá-los na rua com segurança, encontrar caminhos e dar-lhes mais autonomia de ir e vir.
(Fonte: Folha)