O Ginkgo biloba, de origem chinesa, é uma árvore que foi descrita pela primeira vez pelo médico alemão Engelbert Kaempfer, por volta de 1690, mas só despertou o interesse de pesquisadores após a Segunda Guerra Mundial, quando perceberam que a planta tinha sobrevivido à radiação em Hiroshima, brotando no solo da cidade devastada.
De lá para cá, muitos efeitos medicinais tem sido relacionados com a planta, desencadeando diversas reações benéficas que vão desde os pés até os ouvidos, como aliviar dores nas pernas e nos braços ou zumbidos no ouvido. Até agora, porém, nada havia relacionado com os olhos e a visão.
Mas em maio deste ano foi apresentado um estudo retrospectivo, realizado nos Estados Unidos, que avaliou o efeito a longo prazo do Ginkgo Biloba sobre a progressão de defeitos que surgem no campo visual em pacientes com glaucoma de pressão normal.
O estudo, dirigido por Sohn Lee, avaliou 42 olhos de 42 pacientes com glaucoma de pressão normal que receberam 80 mg de Ginkgo Biloba 2 vezes ao dia e que tiveram pelo menos 5 testes de campo visual por um período de 4 anos antes e após o tratamento com as folhas desta árvore, que é um dos fitoterápicos mais vendidos no mundo.
Os pesquisadores também avaliaram a mudança de taxa de progressão usando desvio médio, o desvio padrão standard e o índice de campo visual após o tratamento com o Ginkgo Biloba. Além disso, os investigadores analisaram o tempo de curso do desvio médio total em zonas correspondentes ao glaucoma usando um modelo linear de efeitos mistos com desiguais variâncias de efeito aleatório.
Eles observaram que a diferença de resultado terapêutico antes e após o tratamento com Ginkgo Biloba não foi significativamente diferente. Mas o estudo também relatou que antes do tratamento com Ginkgo Biloba, os coeficientes de regressão melhoraram significativamente.
Diante dos números da pesquisa, os pesquisadores concluíram que o Ginkgo Biloba abrandou a progressão das lesões do campo visual em pacientes com glaucoma de pressão normal, especialmente na correspondente ao campo central superior.
(Fonte: Review of Ophthalmology)